Editorial

Editorial V

- As Ferrovias no sul do Brasil
Jornal Noticias do Dia (publicado em 21/02/2015)

No cenário nacional o processo de concessão das operações ferroviárias à iniciativa privada mostrou ser uma das ações governamentais mais acertadas para a infraestrutura de transportes do Brasil. Entre 1997 e 2013, a movimentação anual de cargas passou de 253,3 milhões toneladas úteis para 452 milhões, ou seja, um crescimento de 78,5%. Esse desenvolvimento do sistema ferroviário foi essencial para absorver a demanda de transporte de carga no País e ajudar a evitar o temido “apagão” logístico, anunciado há alguns anos. Além de quase dobrar o volume transportado, as ferrovias também diversificaram significativamente o tipo de carga movimentada. O transporte por ferrovias é cada vez mais importante e necessário para que a economia brasileira possa crescer com sustentabilidade.

Comprovadamente, as ferrovias são mais eficientes para o transporte de grandes volumes de cargas em longas distâncias, ainda mais em regiões com dimensões continentais como é o caso do Brasil Apesar da pequena extensão da malha ferroviária brasileira de cargas, que possui apenas 28.628 quilômetros, o modal é responsável por quase 25% do transporte das riquezas do País. 

De lá para cá, superou 49 milhões de toneladas transportadas, promoveu uma série de melhorias e aprimorou as operações investindo mais de R$ 53 milhões em modernização de locomotivas, vagões e equipamentos de oficinas, recuperação da via permanente, sinalização, segurança de passagens em nível, desenvolvimento de softwares de gerenciamento operacional, adequações ambientais, capacitação do quadro de colaboradores e em programas de Responsabilidade Social, voltados para o bem-estar e qualidade de vida das comunidades lindeiras. 

Tenho publicado nas mídias sociais da Antuerf diversas noticias sobre transportes sobre trilhos. Em vários estados do Brasil o que vemos é investimentos no setor saindo do papel, indústrias para fornecer equipamentos se instalando, mas em Santa Catarina é além de caótica esta perdendo de gerar riquezas com a vinda de investimentos e das indústrias.


Para isso estamos preparando para o primeiro semestre de 2015 o Iº Simpósio Catarinense de Transportes sobre Trilhos. Não para discutir o porquê dos atrasos e sim a geração de empregos no setor e os investimentos que estão deixando de acontecer.


Fernando Ritter
Presidente da Antuerf
Fone: 48-9601-4743



Editorial - IV

- Infraestrutura, governos e tempo
Diário Catarinense (pagina 25 em 06/02/2015)

Desde seu descobrimento, Brasil teve dimensões continentais, após o competente trabalho de delimitações das fronteiras brasileiras, levado a cabo principalmente pelo saudoso Barão do Rio Branco, ela tornou-se real. Mas esta realidade parece não dizer muito aos governantes brasileiros quando se trata de dotar o País da infraestrutura condizente com seu tamanho, e aqui falamos das três esferas, municipal, estadual e federal, o que vale é a improvisação e o curto prazo.

É com base em tais argumentos que vemos obras importantes levarem anos para serem concluídas, se arrastando entre um aditivo contratual e outro, e aumentando consideravelmente o valor destas, e mesmo assim, quando concluídas, não o são de forma completa, ou seja, faz-se o principal do projeto e as demais obras como estradas vicinais, ciclovias e passagens para pedestres, é simplesmente ignorado.

Governos agindo e decidindo assim, fica difícil bem idealizar e executar grandes projetos de infraestrutura, como bem exemplifica o caso da duplicação da BR 101 no sul de Santa Catarina, que todo ano se posterga para o seguinte.

No Brasil a infraestrutura representa o principal gargalo, sua resolução é fundamental para o País se tornar um player global, tornando-se urgente melhorar e ampliar significativamente a infraestrutura existente, principalmente aquela sobre trilhos, seja para transporte humano como de cargas, já que para um país continental, as ferrovias são o modal mais indicado, e para que isto aconteça.
Soluções em longo prazo pedem legitimidade democrática, e como a atual realidade política e participativa brasileira parece longe disso, torna-se cada vez mais importante o trabalho das entidades setoriais, que nascem da participação cidadã e assim ajudam na divisão do poder e das decisões, fazendo valer a responsabilidade social atinente a todos nós.

E se no governo Juscelino Kubitschek tivemos um Plano de Metas com o lema de “Cinquenta anos em cinco”, o momento atual indica muito mais um planejamento estratégico a longo prazo, tornando quem sabe oportuno inverter o lema para: “Em quatro anos planejar cinquenta”!

Mauro Beal
Diretor Jurídico
ANTUERF - Associação Nacional do Transportador e dos Usuários de Estradas, Rodovias e Ferrovias
RG: 1.071.441 – OAB/SC 26734
48-9601-4743
www.antuerf.org.br

Editorial - III

- A infraestrutura do transporte de carga
Jornal Noticias do Dia (publicado em 26/12/014)

Sempre que se fala no desenvolvimento dos pais, a base do assunto é: a geração de riquezas e o aumento dos empregos. Para alcançar esses objetivos, sempre entra em pauta a importância do desenvolvimento da indústria, da agricultura, do agronegócio e do comércio em geral, sempre ressaltando todos os meios produtivos do país.
Porem é comum ficar fora das discussões o meio por onde se pode chegar a esse desenvolvimento, e é sobre isso que quero chamar a atenção de todos, lembrando que não há riqueza que não passe pelos transportes!
Não há crescimento e não a riqueza alguma, em nenhum lugar do mundo que não passe pelos transportes. Erra, portanto quem deixar os transportes em segundo plano quando o assunto é desenvolvimento econômico e social.
Todos planos feitos em cima do crescimento da indústria, do agronegócio e do comércio, são fadados ao fracasso, caso não se discuta, com prioridade, a importância da infraestrutura necessária pra esse desenvolvimento, que obrigatoriamente passa pelas rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
E é diante dessa verdade irrefutável, que conclamamos a todos para uma união de esforços direcionados ao setor de transportes, em suas diversas modalidades. É assustador ver que, das rodovias brasileiras que totalizam de um milhão e 691 mil Km, apenas 12%, ou seja, apenas 200 mil Km, são pavimentadas e que 80,4% não tem pavimentação.
De rodovias planejadas temos menos de 8% ou seja, menos de 130 mil Km, enquanto o restante foi feito onde passavam carroças. Quanto às rodovias federais duplicadas, dos 65.930 Km apenas 5.446 Km são duplicadas, isso representa insignificantes 8,3% do total.
Nos últimos dez anos, a extensão da malha rodoviária federal pavimentada cresceu apenas 13,8%, passando de 58 mil Km no ano de 2004 para apenas 66 mil Km no ano de 2014, ou seja, aumentou apenas oito mil Km, o que bem demonstra que as atenções não estão focadas naquilo que realmente interessa como fator preponderante para o desenvolvimento econômico e social do pais.
Tanto o transporte urbano nas cidades, no caso da mobilidade urbana, tão falada ultimamente, como nas estradas, o caos impera. O que vemos diariamente são tragédias que as estatísticas erroneamente apontam a causa como excesso de veículos, quando na verdade o que temos é a falta de rodovias! Absolutamente, não há excesso de caminhões, na verdade, faltam caminhões, o que temos é falta de infraestrutura que permita o escoamento de nossas riquezas.
Se fosse verdade que existe excesso de caminhões nas cidades e nas estradas, o que teríamos, então, seria o excesso de produção e o excesso de vendas pelo comércio para o consumo, o que significaria excesso de riqueza...Mas seria ridículo dizer que o caos de nossas rodovias é devido ao excesso de riquezas, justamente no momento crítico que estamos vivendo, em que precisamos incentivar o incremento da produção e o aumento das exportações e a geração de empregos.
Assim sendo, não vamos deixar de olhar para a importância do desenvolvimento da indústria e do comércio, mas paralelamente, temos que considerar que nada no pais vai crescer. E nada no país vai desenvolver se antes, não ocorrer o desenvolvimento da infraestrutura para o setor do transporte de cargas, seja terrestre, aéreo, marítimo, fluvial, e em especial, em Santa Catarina o ferroviário.

Fernando Ritter
Presidente
ANTUERF
Fone: 48-9601-4743
E-mail: antuerf@gmail.com - www.antuerf.org.br
Fonte: Jornal Noticias do Dia (publicado em 26/12/014)
http://ndonline.com.br/…/223520-a-infraestrutura-do-transpo…


Editorial - II

- Rodovias Brasileiras? – Uma Questão de Saúde Pública!


Todos os dias, os brasileiros travam uma batalha silenciosa. Sempre que saímos de casa, podemos fazer parte de uma triste realidade, as estatísticas de trânsitos.

No Brasil por ano são registradas oficialmente mais de 60 mil mortes em acidentes de trânsitos, isto é mais que qualquer conflito existente atualmente no mundo. Morre-se mais no trânsito do que de câncer ou por homicídios no Brasil. Traduzindo, é mais arriscado trafegar nas ruas, do que encontrar um tumor maligno ou deparar com um assaltante armado.

Este número impressionante de vitimas fatais no transito brasileiro gera também um grande impacto na saúde pública. Visto que para cada um (01) registro de óbito, há outras seis (06) vítimas com seqüelas permanentes, ou seja, terão suas vidas alteradas para sempre em decorrência do trânsito, e outras vinte (20) que terão seqüelas temporárias e precisaram de auxilio por um determinado tempo, no sistema de saúde. Fazendo uma conta simples, 60 mil óbitos, 360 mil sequelados permanentemente, e 1,2 milhões de vítimas temporárias todos os anos no Brasil.

Suas principais vítimas são os jovens entre 18 e 34 anos (41%), e também usuários de motocicletas com 40%. E pra quem acha que por não dirigir, esta livre desta realidade, vale destacar que 25% das vítimas de trânsitos são pedestres ou ciclistas.

Entre as causa, chama a atenção à modernidade em primeiro lugar, como maior causador de acidentes, está à utilização do celular enquanto se dirige; ler uma mensagem de texto enquanto dirige um veículo a 60 km/horas equivale a percorrer 76 metros às cegas; Em segundo lugar vem dirigir sobre efeito do álcool; seguido por: dirigir colado ao veículo da frente e o excesso de velocidade;

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas – IPEA estimou os prejuízos causados pelos acidentes de trânsitos na ordem de R$ 40 bilhões de reais ano. Este valor é formado pelas despesas hospitalares, danos ao patrimônio, benefícios previdenciários pagos às vitimas e a seus dependentes, e perda do potencial econômico das pessoas durante o período de improdutividade por consequência ao acidente.

Como conseqüência, vimos um entupimento no sistema público de saúde (SUS), que só agrava uma situação já caótica. Enquanto o transito não for tratado como uma política pública e de fato trabalhado em suas causas, como a falta de uma estrutura viária, ausência de projetos de transportes públicos, falta de ciclovias, e de sinalização adequada para uma melhor inteiração de todos os atores que compõem o trânsito (Motoristas, Motociclistas, Ciclistas e Pedestres), veremos esta triste realidade só se agravar em nossas cidades, e o transito continuará a ceifar vidas e abreviar histórias.

André Gonçalves
Coordenador Metropolitano da Região de Blumenau da
Associação Nacional dos Usuários de Estradas, Rodovias e Ferrovias – ANTUERF


Editorial - I

- A VORACIDADE DOS PEDÁGIOS RONDA NOSSAS ESTRADAS

As recentes eleições deixaram clara ao menos uma coisa: a intenção dos nossos governantes em deixar as rodovias abandonadas ao caos para as entregarem à voracidade da exploração dos pedágios.

Como se nossas estradas não tivessem a menor importância para o desenvolvimento do país, não vimos de nenhum candidato manifestações de intenção ou compromisso no sentido de defender a restauração, duplicação ou construção de rodovias.

E assim fech
ou-se esse ciclo de 2014 sem que os candidatos manifestassem - de maneira aberta e enfática - intenção ou compromisso nesse sentido.

Muito nos preocupa essa omissão porque foi geral, passando pelos candidatos a deputado estadual, federal, senador e governador.

Na verdade, as poucas manifestações que tivemos com referência às rodovias partiram de candidatos sem expressão ou sem capacidade para discutir o assunto.

Grave também foi ver que até mesmo alguns, ligados diretamente ao setor - e que poderiam ter se manifestado – evitaram abordar esse assunto de tão vital importância.

Temos observado, também, o comportamento de muitos deputados federais que, em Brasília, dedicam-se a “secretariar” algum órgão do estado, trabalhando em defesa de interesses que não são aqueles da população que os elegeu – e deixam de usar seus cargos e influencia para defenderem as rodovias.

Assim, ignoram a necessidade do desenvolvimento de nossa rede viária, tanto para o desenvolvimento econômico e social do país, quanto para reduzir os grandes danos que sofrem os usuários dessas rodovias, inclusive pelo volume de acidentes já podem ser considerados um caso de saúde publica.

Muitos parecem até desconhecer que as BRs 282,153,116 e 158 estão abandonadas, recebendo, no máximo, meros remendões que servem, apenas, para manterem as mínimas condições de uso.

Então perguntamos: Por que o tão falado PAC do governo atual não prevê as reformas verdadeiras destas BRs que cortam nosso estado?

Essa omissão é por incompetência dos órgãos do governo que gerenciam nossas rodovias? Ou é porque existe, mesmo, uma camuflada intenção de privatizar e entregar tudo à exploração dos pedágios?

Onde foram ou são investidos todos os impostos recolhido dos usuários das rodovias nestes últimos 20 anos - e porque o Ministério Publico não investiga onde está indo todo o montante arrecadado?

Nossa busca de respostas esbarra, infelizmente, na culpa e omissão dos nossos políticos que não demonstram, com seriedade, nenhum interesse pelo assunto.

Nossa esperança é que, por termos no Brasil uma democracia ainda muito jovem, tenhamos no futuro – talvez nos próximos 50 anos – maiores acertos na eleição de políticos mais preparados e interessados nas reais necessidades do país.

Acreditamos na democracia - e que o povo brasileiro haverá de ser cada vez mais exigente na sua escolha dos candidatos - e que a sociedade civil organizada passe a exercer seu papel fiscalizador e de cobrança sobre os seus eleitos.

Enfim, precisamos melhor nos organizar para exigir dos nossos governantes as verdadeiras mudanças que precisamos para o desenvolvimento do país.

Fernando Ritter
Presidente
Associação Nacional do Transportador e dos Usuários de Estradas Rodovias e Ferrovias-ANTUERF


Fonte.: http://ndonline.com.br/florianopolis/colunas/opiniao/204330-a-voracidade-dos-pedagios-ronda-nossas-estradas.html

www.antuerf.org.br


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